quinta-feira, 27 de agosto de 2009

CHIPRE - LIMASSOL

Atualmente, depois da queda do muro de Berlin, o Chipre é o único país do mundo cujo território é dividido pela chamada Green Line em razão da invasão Turca ocorrida em 1963. Em 1975 foi formado o Estado Federado Turco do Chipre na área invadida ao norte do país, entretanto este Estado não é reconhecido mundialmente e até hoje forças de paz da ONU ocupam o país. Em 1983 proclamaram a independência da Repúbica Turca do Chipre Setentrional ou do Norte, cuja capital é Nicósia, mas este Estado só é reconhecido pela Turquia e pela Organização da Conferência Islâmica. O Sul do país continhou sobre o domínio grego e esta é a autoridade reconhecida mundialmente.
Em maio de 2004 a República do Chipre aderiu a União Européia e há um plano de reunificação apoiado pelas Nações Unidas, apesar da resistencia dos gregos-cipriotas quanto a unificação.
Além de ser um país com um cenário politicamente conturbado a região sofre com a adversidade climática, pois a seca, em determinadas épocas do ano é grave e a falta d'água é constante. Para solucionar o problema eles compram água da Grécia. Fora isso é comum ocorrer dois terremotos por dia em determinadas épocas do ano!
Geograficamente o Chipre pertence a Ásia, embora culturalmente seja grande a influência européia. Sua localização é privilegiada, pois está entre a Europa, Ásia e África. Sua economia é vulnerável, em razão de sua instabilidade política e é grande a exportação de citros. Passamos por várias plantações de frutas cítricas, pois o solo é fértil e produtivo. Além das frutas cítricas eles também apoiam sua economia na indústria do turismo.
Estivemos na parte sul da ilha, dominada pelos gregos-cipriotas e o idioma falado é o grego. Mas os gregos da Grécia são incapazes de entender o que os gregos-cipriotas falam, pois o idioma é baseado no grego antigo. É bem verdade que isso não fez muita diferença pra mim que não falo nem o grego da Grécia que dirá o grego antigo praticado pelos cipriotoas...
Passamos por acampamentos de refugiados, com casas construídas pelo governo para abrigar os cipriotas que abandonaram suas residencias após a invasão turca ao norte da ilha. Com a invasão eles perderam tudo, suas casas, seu trabalho e tiveram que recomeçar no lado sul da ilha. Isso me lembra o Líbano que passou por um problema semelhante, pois em Beirute também havia a green line dividindo a cidade entre muçulmanos e cristãos.
Vimos muitos vinhedos localizados nas escarpas das montanhas que são desbastadas em degraus para permitir o plantio da uva, parecido com o que fazem na Ásia para plantar arroz. O litoral é lindo e as praias são belíssimas.
Visitamos o templo de Apolo cujo estado de preservação é precário devido aos terremotos constantes. Todo o sítio arqueológico é protegido por uma cobertura construída e sustentada com molas para suportar os tremores de terra.
Felizmente no período em que estivemos lá não aconteceu nenhum terremoto. Conhecemos um povoado chamado "pueblo de omodos" onde fica o mosteiro de Santa Cruz, construído no ano de 327, onde dizem que tem restos das roupas e da cruz de Jesus Cristo. A igreja cristã ortodoxa , tem o piso em mosaico (estilo bizantino) e o interessante das igrejas ortodoxas é que no altar não há imagem de Jesus, esta fica escondida atrás do altar que ostenta apenas a imagem dos apóstolos. O povoado tem ruas estreitas e lojas de artesanato local e vários bares e restaurantes com mesas nas calçadas. Provamos um pão típico e um vinho produzido no local (não gostamos muito do vinho).
Segundo a mitologia Afrodite, a deusa do amor, nasceu na ilha e nela se situa um templo construído em sua homenagem, assim como o templo de Apolo, também nascido na ilha. A conclusão a que chegamos é que estávamos na cidade natal do Deus do sol e da Deusa do amor!
Visitamos também o sítio arqueológico de Kurion com suas termas romanas bem preservadas e todo o piso é em mosaico bizantino ilustrando belos desenhos. A acústica do anfiteatro greco-romano construído no século II d.C. é perfeita e até hoje é usado em eventos musicais. Acho que o Chipre tem mais cuidado com seus sítios arqueológicos do que Atenas, tudo está muito bem cuidado e preservado.

4 comentários:

  1. Uma gracinha!!! Creio que um dia é o suficiente para se conhecer o Chipre, certo?

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  2. Perfeitoo Nao é??
    eu estive no chipre a um ano e é realmente perfeito!!!
    uma ilha paradisiaca!!!

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  3. vc chegou a visitar a marina da cidade de Larnaka? Nissi beach? e Agia Napa? lais.lorenzao@hotmail.com

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  4. Lais,
    infelizmente não conheci Lamaka nem Agia Napa. Este é o inconveniente de um cruzeiro, o tempo é curto e temos que escolher o que vamos priorizar e realmente o lugar é incrível e sem dúvida um destino bem exótico.
    adoooorei sua participação no blog e aguardo seus comentários nas novas postagens.
    um abraço
    Bel

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